quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Choque de Ordem e Turismo - Por Mauricio Werner

Abro espaço aqui hoje para publicar texto de um amigo, claro, devidamente autorizado por ele.

Mauricio Werner é professor da UniverCidade e concorre a Deputado estadual pelo Rio de Janeiro.

Ando apreensivo com a profusão de choques que o cidadão vem levando ultimamente. O jargão se espalha no trânsito, nas ruas, nas calçadas, nos bares, nas praias, nos morros e até se fala em choque de ordem nas ‘blitzs’ para fazer valer a Lei Seca.
Somos multados, achacados, espoliados e muito mais, penalizados injustamente, muitas vezes, com multas e cobranças excessivas!
Onde está, isto sim, o choque de ordem que garanta o bom funcionamento institucional das escolas, dos hospitais, das estradas, da segurança pública, do espaço urbano? Estou cansado de ver ‘cocadas’ de piche para encobrir longos trechos de ruas e rodovias depredadas. Estou cansado das operações tapa buracos, típicas do engana engana que beira o períodos eleitorais. Que comentar, então, sobre os pardais esquizofrênicos que registram o que, às vezes, nunca houve?
E o ‘mise en scène’ das UPAS, e o engodo da proliferação de bolsas disso e daquilo, em cuja eficácia pretendem os autores que nós acreditemos? Era para dar um anzol e não o peixe, agora os bolsistas tem que lamber os beiços com uma ajuda de manjubinha!
O de que realmente estamos precisando é de um choque de gestão. Temos vivido a mais cínica crise do que seria ético e moral. Somos quase constrangidos a acreditar num sistema vicioso que insiste em chamar-se de democrático, moderno, composto de operadores defasados, mal informados, pretensiosos, retrógrados, desinteressados e desconhecedores da lisura política.
Estou ansioso pela criação, isto sim, de um choque de vergonha na cara, aquele que permite ao cidadão vitimado sentir-se orgulhoso do lugar onde vive.
Chega de gatilhos, de gambiarras, de faz-de-contas, de ‘conversa mole para boi dormir’...
Chega de entrevistas com explicações técnicas que podiam antever as catástrofes mas esses sábios nunca foram consultados para moverem uma palha sequer antecipando-se para evitá-las.
O Rio de Janeiro vai promover grandes eventos de cunho mundial e não vai poder falhar.
Se mantivermos essa infra-estrutura caótica, essa capacitação profissional indigente, essa insuficiente sinalização turística, esse superficial programa de pesquisa, iremos certamente nos render ao fracasso por enquanto, como andam dizendo, já anunciado.
Precisamos de promoção compatível com a capacidade de carga e uma extensíssima mobilização popular para que a cortesia esteja inequivocamente aliada à competência.
A circunstância mais deplorável em qualquer situação de gestão é a de permitir um burro com iniciativa.
Acorda Rio!
Ninguém conquista êxito desprezando o estudo, o pensar, o empenho em fazer o melhor.
O Rio de Janeiro foi contemplado para ser o berço do fluxo turístico se mantiver o legado de Cidade Maravilhosa. Falta-lhe, entretanto, profissionalismo específico atrelado às belezas naturais e culturais.
Vamos fazer bem feito nosso trabalho de casa!

Maurício Werner

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